Abandono Afetivo

Agosto 16, 2023.

Pai deverá indenizar filha por abandono afetivo.

 

Quando falamos de relações familiares, o afeto desempenha um papel fundamental na formação e no bem-estar dos indivíduos. Recentemente, a justiça de Minas Gerais trouxe à tona uma questão relevante: o abandono afetivo e a responsabilidade de indenizar.

Neste artigo, vamos explorar esse caso em específico, no qual um genitor foi condenado ao pagamento de uma indenização de R$ 30 mil diante do abandono afetivo constatado ao longo da vida de sua filha. Vamos entender os detalhes desse julgamento e a importância do afeto nas relações familiares.

O caso em questão.

No julgamento ocorrido na 2ª Vara Cível da Comarca de Lagoa Santa, o juiz Carlos Alexandre Romano Carvalho analisou o caso de uma jovem que, desde a infância, conviveu com a ausência emocional de seu pai. A filha alegou que, ao longo dos anos, o pai nunca buscou manter contato com ela, limitando-se apenas a fornecer apoio financeiro.

Os impactos do abandono afetivo.

A jovem relatou que essa indiferença paterna teve consequências profundas em sua vida. O desenvolvimento de baixa autoestima, insegurança e até depressão foram atribuídos à falta de envolvimento emocional por parte do pai. A situação ficava ainda mais dolorosa com o fato de ele faltar a encontros marcados, não demonstrar interesse em sua vida e não comparecer a eventos importantes.

O Julgamento e suas implicações.

O juiz Carlos Alexandre Romano Carvalho, ao analisar o caso, observou que, embora não seja possível obrigar alguém a amar ou nutrir afeto, existe o dever de participar ativamente na criação e educação dos filhos. O magistrado destacou que crianças e adolescentes dependem emocionalmente de seus pais para um desenvolvimento saudável.

No caso em questão, o juiz considerou que, apesar de não ter havido uma ruptura total dos laços familiares, o pai negligenciou seu papel emocional e afetivo. Mesmo que as interações fossem esporádicas, o juiz entendeu que a ausência constante teve um impacto prejudicial na jovem. Portanto, ele decidiu que o pai deveria ser responsabilizado e indenizar a filha em R$ 30 mil.

Conclusão.

Esse julgamento recente chama a atenção para a importância do afeto nas relações familiares. A decisão do juiz ressalta que a ausência de apoio emocional pode causar danos psicológicos significativos, especialmente em crianças e adolescentes. Embora não se possa forçar alguém a sentir afeto, a obrigação de participar da vida emocional e afetiva dos filhos é uma responsabilidade moral e legal. Esse caso serve como um lembrete da necessidade de nutrir laços familiares saudáveis e demonstrar cuidado emocional, para o bem-estar de todos os envolvidos.

Lembramos que este artigo tem o objetivo de fornecer uma explicação geral sobre o assunto e não substitui a consulta a um profissional especializado para orientações específicas relacionadas ao seu caso.

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